domingo, agosto 26, 2007

Uma espécie de homenagem

Estas são musicas que me fazem lembrar pessoas... Acho que os visados chegarão lá facilmente. Se não se identificarem com nenhuma das musicas pode ter sido porque eu n me lembrei ou porque não chegaram lá :p

segunda-feira, agosto 13, 2007

Sacríficio

Olhou o corpo que se contorcia no chão
As lágrimas escorriam-lhe pela face
O sangue ainda lhe corroía a mão.
A sanidade que lhe restava suspirou…
Tinha-lhe implorado que a matasse.
A faca deixada abandonada no corpo
Era a prova de que realmente aconteceu,
A sua memória…
A prova do prazer que lhe deu.
Como se cada gota de sangue derramada
Fosse uma pequena vitória.
Levantou-se e deitou-lhe um último olhar,
Não sentia remorsos, nada…
O mundo era demasiado pequeno para os dois…
Abriu a porta e saiu à rua…
Uma nova vida, um novo sonhar…

Ok... É macabro. Apeteceu-me variar um bocado. :p

Conheço alguem que ha-d gostar dele...

segunda-feira, agosto 06, 2007

Cântico Negro

Li este poema pela primeira vez no meu livro de Filosofia... Eu que sinceramente não ligava nenhuma aos poemas que lá estavam, neste, parei, o próprio poema tem uma desorganização própria de quem vive à margem do mundo...

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe

Não, não vou por aí!
Só vou por onde Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo,
Foi só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio

Hoje voltei a lembrar-me dele... Precisei de ler algo que me lembrasse que não há impossíveis, incompatíveis, certezas... Que a única voz que realmente sabe o que precisamos é a nossa voz, por melhores intenções que tenham outras vozes que nos tentam "ajudar", elas não sabem mais do que nós, ninguém nos conhece melhor do que nós. E mesmo que pareça que não gostamos de nenhum dos caminhos que se deparam à nossa frente, há sempre caminhos para abrir, custa mais, pois custa... Mas os sorrisos depois do esforço são sempre mais abertos...

Boa Noite :)

sexta-feira, agosto 03, 2007

Alma Gémea

Voltei de férias e comigo o blog também...


Por seres quase que a metade de mim
Basta um olhar, um qualquer sentimento.
Para quê palavras quando sorris assim?
Para que preciso eu de pensamento?

Um abalo em toda a certeza que tenho,
A tempestade que confunde a paixão.
Não sei se é o sentimento que desdenho,
Ou só fogo de vista do coração…

Sei que os meus olhos fixos na noite
Vêm uma cara entre a luz das estrelas,
A mais bela pintura na mais bela das telas.

E por fim como que na dor de um ritual
Fecho a janela, as pálpebras e a alma…
E encerro sem cor, mais um dia normal.