quinta-feira, maio 29, 2008

A alma foge das mãos, como se até ela rogasse escapar subtilmente às amarras que lhe prendem as asas e não a deixam chegar onde pertence, de onde a arrancou o coração, como que a uma erva daninha.
Coisa estranha o coração, que não deixa transformar sentimentos em palavras, com medo que isso nos deixe mais frágeis, ignorando, como se sórdido pormenor se tratasse o facto de já estarmos partidos em milhões de pedacinhos. Só os olhos arrancam ao mais fundo da gente aquela verdade que às vezes o próprio ser se esquece que existe. E quando tudo não é mais que mentiras e subterfúgios pegados, há olhares que não deixam mentir…
Chorar? As lágrimas já caíram todas e julgo que, até aí, a seca que percorre cada centímetro de corpo já chegou, por isso liberta finalmente o coração das palavras que faltam ser ditas, antes que morra o pouco de humanidade que resta.


"Larga o que te tornaste e faz-te tu por uns segundos..."

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