quinta-feira, agosto 17, 2006

Algarve

Já são 5 da manhã
Ainda há tempo esta noite
Para quem começa a viver,
A rádio sussurra "Manhata"
Em acordes distorcidos
Que nos enchem de prazer

Voam pássaros morcegos
Assustando o pára-brisas
E a paisagem que amanhece.
Queres parar, mas não aqui
Que essa luz parte de ti
E o desejo que acontece.

Da chuva faço
Mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar

Já passamos Castro Verde,
E escreveste na planície
Como se esta fosse um papel,
Dizes: "o mundo não compreende mais do que esta à superfície"
"Ne me quitte pas", pede Brell

Entre néons e Nirvana
Vais mudando de estação
Como se a próxima fosse a melhor.
E os sons que a serra esconde
Entre o asfalto e o monte,
São mais que a pressa do motor.

Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar

Um dia de silencio
É um dia de amargura
Igual a outro dia qualquer
Trazes nos olhos o desejo
Onde vejo a aventura
Que ainda vamos viver.

Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar

A música pareceu-me apropriada...

Boas férias. (I'll be back)

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